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Amazônia indígena

Exposição de fotografias de Renato Soares

A exposição Amazônia indígena foi montada com 61 painéis fotográficos de grandes dimensões (120 x 180cm) ao longo da trilha branca do Musa. As imagens foram registradas ao longo dos anos pelo fotógrafo Renato Soares, em sucessivas viagens, e retratam a vida e cultura indígena da Amazônia.  

As fotografias mostram cenas do cotidiano de vinte etnias amazônicas e fazem parte de um projeto iniciado por Renato em 2005, em que são registradas imagens indígenas de todo o Brasil. A exposição foi inaugurada no dia 19 de abril de 2022, dia dos povos indígenas, e é apresentada pelo Musa por um manifesto em que defende os direitos constitucionais indígenas e denuncia a invasão prepotente e violenta de suas terras. 

Esta exposição homenageia a célebre fotógrafa e maestra Maureen Bisilliat. 

Manifesto: Amazônia indígena 

Co yvy oguerecó ijara” – “Esta terra tem dono” – dizia o chefe tupi Guairaca em 1600.

Na Amazônia, há milênios, povos indígenas cuidaram da floresta. Por toda parte há marcas da sua presença, do seu manejo.

Sabemos hoje que, em 1500, aqui viviam mais de 6 milhões de pessoas indígenas, nas florestas, nos rios e lagos. Hoje são 300 mil.

Essas pessoas foram – e continuam sendo – dizimadas por violências e doenças, trazidas pelos brancos. Doenças para as quais não haviam desenvolvido resistência. 

Lembremos os ‘anticorpos’ que faltaram, a indígenas e brancos, para resistir ao Covid.

A devastação das florestas, a ocupação prepotente das terras públicas e dos territórios indígenas, ainda são marcas amazônicas. A contaminação dos rios por mercúrio de garimpos e agentes tóxicos também.

Reparar é preciso. Respeitar as terras que os povos indígenas ocupam. As demarcadas e as não demarcadas. Defender os direitos estabelecidos na Constituição de 1988:  viver de modos diferentes, falar línguas próprias – são mais de 150 –, preservar a cultura, a memória, as crenças e hábitos, a fraternidade com a natureza. 

As fotos em exposição cantam momentos felizes, entre sombras e luzes contam histórias.

Renato Soares, maestro e fotógrafo, as ouviu e gravou com rara sensibilidade.

Nas trilhas do Musa, deslumbrados, as vemos e ouvimos.

Felizes por viver juntos.