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Peixe e gente

O que contam os cacuris

A exposição Peixe e gente, das práticas e das armadilhas de pesca, conta histórias do engenho e do imaginário de um povo que vive no Alto Rio Negro. Conta também o que é o Museu da Amazônia, o Musa, um museu vivo da natureza e das culturas humanas nas florestas amazônicas.Para expor suas histórias e instrumentos, convidamos: Luciano Barbosa, yebamasã; José Pimentel, Tarcísio Barreto, Domingos Marques, tukanos; e Guilherme Pimentel Tenório, tuyuka — hábeis engenheiros que vivem nas margens do rio Tiquié, conhecedores dos segredos da floresta, dos peixes e da pesca, exímios artífices, construtores das armadilhas de pesca que prepararam com esmero, usando cipós e talas de paxiúbas e zarabatanas. O Musa os recebeu em Manaus e ofereceu a eles instrumentos, tendas e espaços onde reconstruir e representar, passo a passo, as práticas e cerimônias do seu cotidiano de vida e pesca.

Veio também a Manaus Feliciano Lana, desana, homem de prodigiosa memória de mitos e histórias, pintor da fachada do pavilhão da exposição e das belas aquarelas que deram imagens aos mitos das origens registrados nos painéis da exposição. Convidamos também para acompanhá-los nesta montagem o antropólogo Aloisio Cabalzar, do Instituto Socioambiental (ISA), que, com uma trupe dedicada e admiravelmente persistente, estuda e registra com rigor, há mais de quinze anos, a pesca e o cotidiano dos pescadores do Tiquié. Com eles – e com as apaixonadas equipes do Musa – montamos uma exposição que conta para todos os que vivem longe do Tiquié, como lá se entende o manejar do mundo e como se pensam as origens, nos longínquos tempos em que os peixes e as gentes povoaram a Terra. Modos diferentes dos nossos, urbanos.

Nas histórias dos pescadores-engenheiros do Tiquié aprendemos que os peixes, para adentrar as armadilhas, querem ser convidados a participar da cerimônia do alimentar-se das gentes. Sensíveis e solidários, peixes e gentes buscam percorrer juntos os caminhos da vida e do encanto, desde as origens.

Para o Musa, defender e divulgar as culturas indígenas é um imperativo de convivência solidária entre humanos e também uma necessidade quando queremos decifrar as enigmáticas representações do teatro da natureza, na floresta.

Peixes nos aquários da exposição Peixe e gente:

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