Jardim sensorial
Mas de que te serve saber botânica?
(de um conto de Machado de Assis)
Sabemos, com surpresa, que boa parte do código genético da banana (50%) é semelhante ao dos humanos!
O que mais temos em comum com as plantas? Características que poderiam explicar a sua capacidade de nos alimentar, oferecer terapias, intoxicar, anestesiar, acalmar ou excitar. Aos humanos, aos insetos e a outros seres vivos. O que as plantas armazenam de tão valioso?
Algumas se revelam ácidas ou picantes ao paladar, outras exalam perfumes que nos fascinam e se vestem de cores deslumbrantes.
Os registros do jardim obedecem aos protocolos da botânica, mas é objeto de pesquisa no Musa saber como as classificam os saberes das culturas tradicionais, sempre atentas às percepções concretas.
Para se comunicar, defender, agredir, atrair insetos, pássaros, animais? Vetores de pólens que as auxiliam na reprodução. Mas, como podem saber quem auxilia, quem preda ou confunde? As plantas têm memória?
Com raízes profundas, não podendo se mover, escapar ou buscar qualquer coisa, seu modo de se comunicar com aliados, invasores ou predadores é exalando perfumes atrativos ou armazenando substâncias tóxicas em suas cascas, resinas ou folhas.
No jardim, encontramos trilhas que nos permitem observar as virtudes das plantas em vasos cuidados com a simpatia de quem pergunta e a cerimônia de quem teme.
O jardim sensorial é um laboratório ou labirinto de enigmas onde encontramos pistas sobre os modos de adaptação das plantas aos desafios da imobilidade.
Lá reunimos espécies que conhecemos por suas virtudes alimentares, medicinais ou cerimoniais, plantas com que convivemos no cotidiano ou que desconhecemos, mas que interpretadas estimulam a nossa curiosidade em conhecer e responder à pergunta mas de que te serve saber botânica?.