Nossa história
A ideia, a semente, o começo, os caminhos
O mote “viver juntos”, mais que um imperativo de entendimento entre humanos e não humanos que aqui vivem, é, para o Musa, símbolo de um projeto de educação e solidariedade empenhado em promover o convívio dos cidadãos na diversidade cultural, biológica, social e política da grande bacia amazônica.
Em 2007, durante reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizada em Belém, cujo tema foi “Amazônia: desafio nacional”, Ennio Candotti, então presidente da SBPC, sugeriu ao governador do Amazonas Eduardo Braga e à reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Marilene Correa a criação de um museu na floresta. Museu este onde as coleções e os objetos expostos seriam os próprios insetos, árvores e fungos vivos, que nascem, crescem, se movem e se multiplicam na floresta.
Observou ele que na Europa encontramos em museus e jardins botânicos espaços cultivados e climatizados que imitam os das florestas tropicais, sem fungos, sem mosquitos e nem formigas. Aqui na Amazônia teríamos a floresta original com seu mundo e micromundo com grande diversidade de espécies botânicas, de fungos e animais.
Com a ideia bem recebida, Candotti foi convidado a criar e a dirigir o museu.
Em janeiro de 2009 foi fundado o Museu da Amazônia com objetivo de desenvolver programas de museologia, pesquisa, educação e turismo científico-cultural e ecológico, relacionados aos biomas e culturas da região amazônica; e promover a pesquisa científica em biologia, antropologia e arqueologia, a conservação e a educação ambiental.
Em 2011, uma área de 100ha (1 km2) ao norte de Manaus, fragmento da Reserva Florestal Adolpho Ducke do Instituto Nacional de Pesquisas de Amazônia (Inpa), foi cedida em comodato pela União ao Musa para a criação do museu. Começou então a recuperação do jardim botânico nesta área, antigo projeto do Inpa e do município de Manaus.
Entre criar uma instituição pública ou privada, foi escolhido o modelo de associação de direito privado com um conselho de administração composto por representantes dos sócios e de instituições públicas e privadas.
Inicialmente, o museu funcionou no bairro do Aleixo, em Manaus, onde também foram realizadas conferências e debates que orientaram o projeto Museu da Amazônia.
Em 2011, foi incorporada ao Museu uma área de 30 hectares, cedida pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA), onde foi criado um Centro de Treinamento Agroflorestal (CTA) para o desenvolvimento de técnicas agroecológicas que possam contribuir para a criação de mudas para reflorestamento e para o cultivo de plantas medicinais e de plantas alimentícias não convencionais (pancs).
Um centro de ciência e cultura, o “Musa do Largo”, foi instalado em 2013, no Largo de São Sebastião, ao lado do Teatro Amazonas, centro de Manaus. Palco de exposições etnográficas e de um programa de conferências e mesas redondas sobre temas da fronteira do conhecimento e atualidades culturais. Foi desativado em fins de 2021 devido à dificuldade de custeá-lo em época de pandemia.
Em 2013 e 2014, com recursos do Fundo Amazônia, foram construídos laboratórios, trilhas de visitação e uma torre de observação da floresta com 42m de altura. Em 2018 a sede do Musa foi transferida para a área da reserva ao norte de Manaus, onde já funcionava o museu desde 2011.